PROTEGER OS POLINIZADORES

 Pela sua ação na polinização, as abelhas são essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas terrestres e para a sobrevivência da espécie humana. Mas as ameaças aos seus habitats são muitas e urgem medidas de proteção.

A ação polinizadora das abelhas é determinante para a manutenção dos ecossistemas e da biodiversidade, uma vez que não só garantem a sobrevivência de muitas espécies vegetais, como fazem parte da dieta de aves e répteis. De forma indireta, as abelhas são também garante da preservação e melhoria dos solos, já que contribuem para a manutenção do coberto vegetal.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) afirma que um terço da produção mundial de alimentos depende da atividade das abelhas, alertando para as ameaças que põem em risco a sua sobrevivência. Estima-se que 40% das espécies de polinizadores invertebrados (abelhas, borboletas, escaravelhos e alguns tipos de vespas e moscas) corram risco de extinção – à escala europeia, isto significa que uma em cada dez borboletas e abelhas está em perigo.

A alteração dos solos, a exploração intensiva, as alterações climáticas e, no caso de Portugal, os incêndios, têm levado à alteração ou desaparecimento dos habitats das abelhas, pondo em causa a sua sobrevivência. A estas ameaças junta-se ainda o uso de pesticidas e outros poluentes, bem como a ação de espécies exóticas invasoras, de que é exemplo a vespa asiática.

Atividade apícola em crescimento

O cenário preocupante levou a uma tomada de posição concertada a nível internacional e, em Portugal, várias entidades já estão a trabalhar no terreno, como é o caso do Projeto PoliMax, que analisa o efeito da densidade e populações de diferentes polinizadores na produção de fruta e estuda estratégias para promover a biodiversidade destas espécies.

Por outro lado, a Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) celebrou recentemente um protocolo de cooperação com a The Navigator Company, ao abrigo do qual a empresa cede, gratuitamente, o acesso ao seu património florestal para a instalação de apiários de produção de mel.

Segundo dados da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) existem no país 11 625 explorações apícolas (quase 800 mil colmeias), tendo-se registado, entre 2012 e 2018, um aumento de 25% no número de apiários e colmeias.

A maioria dos apiários encontra-se em zonas de matagal povoadas por esteva, rosmaninho, urzes e giestas, ou na floresta composta por carvalho negral, sobreiro, castanheiro, medronheiro e azinheira. Também o eucalipto tem vindo a ser cada vez mais reconhecido na produção de mel. Além do mel de sabor suave, é a época da floração, durante o inverno, quando as abelhas se debatem com escassez de alimento, que tem granjeado a popularidade do eucalipto junto dos apicultores.